sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O leilão das almas

A tragédia da vez, ocorrida na região serrana do estado do Rio de Janeiro, nos choca pelas quinhentas e tantas vidas perdidas e pelo sofrimento de quem perdeu absolutamente tudo. Nessas horas, nossos problemas corriqueiros, pequenos e muitas das vezes inventados, contrastam com a incalculável dimensão da dor daquela população.

Inevitavelmente, momentos tristes como este nos deixam introspectivos, solidários... matutando sobre o valor das nossas árduas conquistas, como o nosso cantinho, a família, o trabalho etc. Apesar de fazermos questão de esquecer, estamos “subconscientemente” certos de que também somos potenciais vítimas do acaso. Um desastre de carro, uma bala perdida, a queda do avião... Enfim, convivemos com a latente possibilidade de algo ruim nos acontecer; por isso cuidamos da saúde e prevenimos acidentes todo tempo.

Quando Dona Ilair foi heroicamente salva pelos vizinhos, numa improvável operação de resgate, bem sucedida graças ao surgimento providencial de uma corda de comprimento e resistência perfeitos para ocasião, vimos que a “hora da morte” é algo realmente incompreensível à racionalidade humana.

Por que os homens dos Bombeiros – acostumados a salvar vidas – morreram soterrados, em vez de Dona Ilair, salva de ser levada pela forte correnteza, junto com seu cãozinho de estimação? Como se dá o leilão das almas? Quais as regras de mercado, as forças ocultas levam em conta, na hora de decidir por uma vida ou por outra? Uma alma vale mais que outra?

Sem querer fazer proselitismo oportunista, uma vez que estamos momentaneamente consternados pela catástrofe, proponho lançarmos uma laica reflexão sobre o leilão das almas. Quem são as verdadeiras vítimas, numa tragédia como essa? Quem morre ou quem vive? Enfim, o escolhido foi alma que teve a vida estraçalhada pela avalanche; ou quem não sobreviveu?

6 comentários:

  1. Larry, já tentei deixar de entender as causas de qualquer tragédia, pois acredito que isso nos levaria a uma discussão primeiro política e depois religiosa. Desde sempre, quando era criança no Rio vemos as mesmas cenas. As mesmas coisas acontecerem. Estamos em 2011 e parece que estou vendo cenas do Jornal Nacional de 1971. Existem tantos culpados, tantas causas, mas nenhuma delas nos parecerá coerente quando tentarmos explicar a morte de um ser humano.

    ResponderExcluir
  2. A vida é um mistério que todos de uma forma ou de outra tenta explicar. Ela é bem simples, mas às vezes é tão complexa que buscamos respostas por toda a vida sem obtê-las de forma precisa. Será que a morte é igual ao que éramos antes de nascermos ou será bem diferente. Acredito que as respostas estão lá fora no universo. Cláudio Fonseca.

    ResponderExcluir
  3. Larry,creio que cada um de nós temos nosso tempo aqui na terra e que toda a nossa vida está escrita no livro da vida, com hora e lugar marcado. A palavra de Deus nos diz: "Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens." 1 Coríntios 15:19

    ResponderExcluir
  4. Basta alguns fatores como estar na hora certa no lugar certo, ou melhor, no caso, na hora errada no lugar talvez errado... são condições básicas para iniciar o lance.

    ResponderExcluir
  5. Chester Borges Durval29 de janeiro de 2011 às 07:59

    A minha opinião é que o escolhido mesmo é quem ficou para tráz. Esse, ou esses, são os que terão, e se quiserem, uma nova chance de recomeçar, de refazer tudo o que faziam de errado, rever conceitos... Tenho para mim, e acredito assim, que as pessoas que pereceram nessa tragédia, e não só nessa, mas em todas as que já aconteceram até o presente; e não cultivavam uma vida reta são os verdadeiros prejudicados. Lógico, e sou sabedor, que muitas dessas pessoas, com certeza, já o faziam e, por isso, essas sim não foram prejudicadas, foram chamadas. Acho que a vontade de Deus é soberana e que Ele é justo na hora de recompensar ou cobrar de alguém... E que Deus abençoe a todos os flagelados!!!

    ResponderExcluir
  6. MUITAS VEZES DEUS PERMITE A TANTA TRAGÉDIA EM TODO LUGAR PARA QUE OS HOMENS LEMBRAM DE QUE DEUS, É QUEM MANDA NA TERRA, NO CÉU E NO MAR. MAS OS HOMENS ACHAM TÃO INTELIGENTES QUE DESTRÓI A PRÓPRIA NATUREZA FAZENDO REFUGIO, DEBAIXO DA TERRA, NO CÉU E NO MAR. E SE ESQUECEM DE QUE DEUS É O DONO DE TODOS NÓS. É SÓ O SENHOR QUE NOS PROTEJE E NOS GUARDA. "SE O SENHOR NÃO EDIFICAR A CASA, EM VÃO TRABALHAM OS QUE A EDIFICAM; SE O SENHOR NÃO GUARDAR A CIDADE, EM VÃO VIGIA A SENTINELA." SALMOS 127-1

    ResponderExcluir