Não consigo entender como uma pessoa pode ser feliz comprando uma
bolsa. Já perceberam que estou falando de uma pessoa do sexo feminino, né? Não que
nós, homens, não compremos bolsas; ou não nos sentimos felizes ao comprá-las,
mas no caso das mulheres, a bolsa tem um significado que muito me intriga. Nem
vou aqui falar dos sapatos, vetores insubstituíveis no universo feminino, mas
eles, os sapatos, figuram numa categoria diferente, provavelmente na categoria
centopédica! Pense comigo: um mês, 30 dias. Se você for uma pessoa muito
extravagante, pode querer usar um par de sapatos diferentes por dia, isso
equivale a 30 pares de sapatos em um único mês. Uau! Então, como pode o ser humano,
que tem somente dois pés, possuir mais de 100 pares de sapatos, incluindo as
sandálias, tamancos, botas, chinelinhos e pantufas? No meu cálculo, dá para
usar mais de três tipos de calçados diferentes por dia e, a cada dia, mais três
diferentes. Num mês, terá usado mais de 100 sapatos, sem repetir um sequer. Centopédico,
não é mesmo?!
Voltando às bolsas. É difícil acreditar que não haja vida inteligente além
das bolsas. Será que uma pessoa (a mulher) está condenada a viver presa num armário
cheio de bolsas, para enfim ser feliz? Por que a maioria delas não colecionam selos, folhas secas,
carros antigos? Por que não gastam dinheiro em algo producente, como realizar um projeto
profissional? Acho mesmo que o problema vai além dos delírios de consumo de Becky Bloom. É algo indecifrável, inexplicável até por elas mesmas. Experimente e pergunte a uma
mulher. Analise o que ela vai te responder. Um dia desses, minha esposa chegou em casa
com um bolsa novinha, embrulhada num plástico transparente que ela,
inocentemente, tentou esconder de mim. Ah! Filha da..., corri e a alcancei
antes que ela escondesse o produto do crime no armário.
_ Eliane! Você comprou mais uma bolsa? Olha seu armário? São tantas que não
cabe mais nenhuma! Ela olhou pra mim, respirou fundo e disse com aquela cara, tipo: alôô! _Por acaso, você está vendo alguma bolsa branca aí? Contei. Vermelha,
marrom, bege e muitas pretas. Realmente, ela estava certa, não havia uma bolsa
branca. Perdoei.